Et Caetera

Espaço para produções textuais minhas, suas ou para simplesmente contar como foi o dia...

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eu sou uma atriz ou eu sou uma gaivota?

quinta-feira, outubro 20, 2011

Mão de Deus

Um é muito pouco,
mas a gente aceita.
E o corpo resiste junto com a memória do último pão comido.

quinta-feira, outubro 13, 2011

Detalhes do processo.

Eu, o que eu vejo e aponto e critico e... digo que é bom, nem sempre acho que eu conseguiria
fazer tão bem quanto. Mas tem coisa que eu acho que é ruim e digo e aponto é ruim! Isso não significa que o que eu faça seja bom... aliás, não sei se eu gostaria de ser espectador de mim. Olhar o que eu faço... tenho medo do que eu posso achar até. Tenho pavor de não gostar do que eu vejo, e o que eu ver ser eu mesma. Isso seria horrível. Será que é falta de auto crítica? Mas eu nem falo de crítica não, não é uma questão de criticar entende? É questão de achar ruim o que se é. Eu tenho medo disso. Porque se isso acontece, como é que eu continuo? Sendo eu? É uma pergunta. Tem um detalhe na minha decisão, na minha escolha de vida. É que o que eu faço sou eu, e quando não tá bom, sou eu que não tá bom, é o meu corpo, é o que eu sou. Eu não manipulo um objeto. Eu não aprendo a usar um instrumento, o instrumento sou eu mesma. Fico querendo começar a aprender um instrumento, porque enfim... sai de mim um pouco, eu não tenho extensão de mim no meu trabalho, sou eu e de repente os outros, mas é que sou eu com os outros.

domingo, abril 04, 2010

Tristeza e susto no Reino do Amor

Era uma vez uma princesinha muito sozinha, ela tinha o costume de falar com as paredes

e com as pessoas, ela gostava de falar com as pessoas só quando elas não estavam.

Ela tinha muito medo de perder os amigos que ela não via e nem tinha, ela sabia que não tinha.

Só tinha o medo de perdê-los.

Ela esperava um dia conhecê-los, ela sabia que ela não tinha, mas eles existiam. Esses amigos só podiam existir em algum lugar. Esse lugar ela também não conhecia, mas queria muito conhecer! Ela sabia que ele existia.


Todos os dias ela comia, antes acordava. Ia pra, voltava da, comia e dormia.

Às vezes ela queria comer algo mais doce, procurava, muito. Era difícil. Talvez os doces fossem mais caros naquele lugar, e eram.

Mas tinha um dia que era de graça o doce, esse era o dia mais feliz.

Não comia o doce escondido, nem lutava pra conseguir

os animais estavam autorizados a dar doces naquele dia,

o coelho era o que mais tinha.

Tinha um ovo enorme, igual ao que fritavam pra ela comer.

Mas esse era doce. Ela preferia.

Durante anos, e anos a princesinha viveu assim, lutando por doces

esperando conhecer...

dormindo e comendo.



Um belo dia ela conseguiu uma passagem,

naquele dia as passagens eram de graça, só naquele dia.

A passagem era pra longe, ela precisou não ir à e nem dormir na.


Ela achava que os amigos estavam lá

ela achava que lá era o lugar dos amigos.


Encontrou uma caixa fechada, a única coisa que tinha no lugar,

abriu e viu algo que tinha dentro dela também: mas nela, ficava bem lá no fundo, ela não podia ver.

Mas ele batia forte demais, e isso sempre incomodou a menina.

Esse também batia.

Ela fugiu, ficou com medo, ele parou de bater.


Voltou pra, comeu, dormiu

e quis voltar pro lugar,

teria que esperar, esperar mais.

Dessa vez ela jurou que não iria se assustar.






quinta-feira, agosto 13, 2009

Quando Morrer

Quando eu morrer voltarei para mergulhar ainda mais fundo.
E talvez as minhas cinzas ainda estarão boiando em ti, Oh Mar!
Quando voltar para saciar este insaciável infinito.
voltar
vazio
voltar
escuro
claro
voltar
bravio
sujado: que limpa
entremeados das loucuras terranas
terraquea que sou
saio corro
e não vou além
não é que não vou
não é bem assim
já havia te dito
que não ia.
quando eu morrer
quizas...
volto e vou.
chego até lá.
sem nem avisar.

entre!
aberta
entreaberta a porta do inferno
da chama
de fogo
chama
a voz
de Deus
do Mar
da Terra, da água
sou tensa, sou flutuante: sou de água.
sou firme, sou presa: sou de terra.

quarta-feira, julho 15, 2009

Confidência

à Carlos Drummond de Andrade.

Vivi alguns anos no Rio de Janeiro.
Principalmente nasci no Rio de Janeiro.
Por isso sou tensa, flutuante: de água.
Noventa por cento de água nas calçadas.
Oitenta por cento de morro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

quinta-feira, julho 02, 2009

A GOIABADA Y EL MEMBRILLO.

A GOIABADA E EL MEMBRILLO.

terça-feira, maio 26, 2009

Luso...


Um sentimento desconcertante me passa pelo peito, agora, neste instante, a cada instante que ouço essas duas vozes, esses dois sons. Cada um na sua, cada um com a tua, de cada lado do oceano.
Cruza-se oceanos quando se falam, eles os lusos, os lusos de cá, de lá e de acolá. Um embrião que deu a luz, uma pequena aldeia que se espalhou pelos sus do mundo, pelos cus do mundo, já que lá essa é uma palavra tão comum, não se assustem brasileiros lá os putos brincam por toda parte.
Formaram o aqui e o acolá.
Será eles um porto para AfroBrasil?

A resposta é o desconcerto.